domingo, 2 de novembro de 2014

2º Dia - Guarapari/ES

Acordamos cedo, com o som do mar ao fundo, que delícia estamos na praia. Abri a janela e aquele céu lindo, azul, sem nenhuma nuvem, o mar de frente, dia perfeito. Como estávamos em apartamento fomos a caça de uma padaria para tomarmos café para logo após poder aproveitar o dia de praia... depois da longa viagem cansativa de ontem, hoje é dia de descanso pra Burdoga... rsrsrs... mais que merecido.
A praia das Castanheiras é considerada uma das praias mais urbanizadas de Guarapari, é também uma das mais procuradas por turistas, areia clara, mar azul e calmo, muito propício para o banho, se não fosse as águas mega geladas. Em toda sua orla é sombreada por grandes castanheiras que tornam a praia mais aconchegante pra quem quer se proteger do sol. Por ser uma praia central, possui grande diversidade de comércio, e pra nossa alegria tem ótimos quiosques na orla, que servem pratos e petiscos, afinal pra paulista, praia sem quiosque não é praia hehehehe...
Alugamos cadeiras e ficamos clientes do Quiosque do Miguel, eles servem bebidas, batidas e petiscos, pra quem quiser provar o prático típico de praia dos capixabas é o famoso peroá, um peixe frito servido inteiro com fritas, aipim e banana frita, eu não gosto muito de peixe assim, mas me pareceu bem apetitoso.
Após um dia maravilhoso, fomos caminhar para conhecer mais o local e encontrar algum lugar diferente com pratos típicos para jantar, aproveitando, o calçadão da praia de castanheiras e da praia do morro é todo iluminado, excelente para fazer caminhadas noturnas, mas fora de temporada só tem movimento nos finais de semana. Atravessamos a ponte que separa o centro do resto da cidade e encontramos próximo à praia do morro o restaurante Na Chapa, apesar do nome não combinar muito com o cardápio, o restaurante é especializado em frutos do mar. Pronto é por aqui mesmo que ficamos, pedimos um camarão 3GG acompanhado de arroz à piamontese (é um arroz preparado com creme de leite e queijo mussarela, meio estranho pra falar a verdade rs) e salada caeser. Depois de uma bela bóia, cansados, preferimos pedir pra chamar um táxi pra voltar, afinal amanhã tem mais.

sábado, 1 de novembro de 2014

1º Dia - Guarapari/ES

Essa viagem foi programada como base de teste para o planejamento do projeto Rota fim do Mundo - Rumo ao Ushuaia. Depois de muita conversa, decidimos que essa seria uma forma de podermos verificar nossas condições físicas e psicológicas para encaramos uma viagem pela América do Sul com mais de 30 dias de duração. Pois essa viagem a Guarapari/ES daria mais de 1000 km em um único dia o que é uma quilometragem considerável se comparado a alguns dias do projeto.

Saímos na madrugada do dia 1/11/14 às três e meia da manhã, pois precisávamos ganhar tempo antes do amanhecer do dia, já que seriam 1040 km a percorrer. O tempo estava nublado e logo na serra dos padres na região de Corumbataí pegamos uma garoa fraquinha, só pra sujar a viseira rsrs, já na rodovia Dom Pedro I, na região de Campinas pegamos uma chuva bem forte, pra tirar o sono da madrugada.. rsrsrs...mas passou rápido.

A viagem rendeu bem até a cidade de Volta Redonda/RJ, onde saímos da Rodovia Dutra e acessamos a Rodovia do Aço. Resolvemos não passar pelo Rio de Janeiro pela falta de conhecimento da cidade e devido a relatos que a BR-101 estaria muito ruim até a divisa com o estado do Espirito Santo. Bom, a partir daí a situação começou a complicar um pouco, o calor estava incessante e as estradas eram simples, porém muito boas, com ótimo asfalto, sinalização e também com pedágios bemmmmm carinhos.  Mas apesar dessas ótimas qualidades da estrada, a mesma é entupida de carretas e mais carretas e ainda pra ajudar a rodovia passa por dentro de várias cidades, se bem que não dá pra chamar de cidade e sim de muitos distritos e vilarejos com velocidade reduzida e ainda pra ajudar, cheias de radares e obstáculos que pareciam não ter fim, mesmo pra quem ama o motociclismo isso é muito perturbador depois de andar tantos quilômetros, mas não poderíamos desistir nunca....fomos até o fim. Apesar desses contratempos a rodovia possui boa infraestrutura de postos de combustíveis e alimentação, só um detalhe... o padrão de qualidade é de caminhoneiro rsrs. 

Quase próximo a divisão com o Espirito Santo, a rodovia do aço termina e passa a ser rodovia estadual, a RJ-186, pensa em algo totalmente esquecido no meio do nada, estrada cheia de buracos e remendos, isso pra uma moto custom é um filme de terror. Foram 50 km terríveis até chegar a cidade de Bom Jesus do Itabapoana onde pegamos a estrada ES-297 até a BR-101.  Nesse trecho da BR-101 até Guarapari a rodovia estava perfeita, mas novamente cheia de caminhões, isso a soma do escurecer com o cansaço físico fez nós ficarmos rodando atrás de um caminhão até Guarapari, não tínhamos mais raciocínio e agilidade para ultrapassagens.

Chegamos em Guarapari às 19h30min, depois de inacreditáveis 16 horas de viagem, várias paradas para banhos de mangueira nos postos de combustíveis e passando o dia só na base da coca cola e rufles rsrs.

Como já era noite, não deu pra curtir a entrada da cidade, exaustos,  procuramos o apartamento que alugamos, de fácil localização, ficando bem de frente para o mar na Praia das Castanheiras.
Por hoje não dava pra fazer muita coisa, agora era tomar um bom banho pra tirar o cansaço e procurar um lugar pra jantar. Ao lado do apartamento tem uma rua chamada Beco da Fome, ali se encontram vários restaurantes, resolvemos jantar algo rápido, pedimos uma pizza no Oásis Pizzaria e Restaurante, agora era descansar pra poder aproveitar o dia seguinte.

Diário de Viagem:

1.040 km em 16 horas de viagem
R$ 35,00 gastos com pedágios

Roteiro de Ida:


Veja roteiro no Maps






terça-feira, 14 de outubro de 2014

Rota Fim do Mundo - Roteiro planejado

Já temos um roteiro pré-definido que será a base para a nossa viagem, mas como toda grande viagem com muito detalhes a serem definidos, esse roteiro sofrerá ajustes ao longo da jornada. Algumas cidades dormitórios poderão ser alteradas dependendo da condição das estradas, tempo gasto em paradas e do próprio cansaço da viagem.

Durante essa aventura enfrentaremos os ventos da patagônia, longos trechos sem abastecimento, que particularmente acho que será a parte mais complicada devida a baixa autonomia da Boulevard, mas nada que uns galões reservas não resolvam. Serão cerca de 14000 km, sendo desses, 500 km de rípio, dentre eles o trecho não pavimentado da Ruta 3, entre Cerro Sombrero no Chile após o Estreito de Magalhães e Rio Grande na Argentina. O outro trecho será entre Chile Chico e Coyhaique no Chile, a famosa Carreiteira Austral. Trecho esse escolhido pois temos interesse em conhecer as Capilas del Marmol em Puerto Tranquilo. Mas a parte de rípio que mais me perturba ainda é a Ruta 40, trecho entre Três Lagos e Lago Cardiel, esse pedaço que é em torno de 100 km ainda está em fase de pavimentação e quando chove o chão vira argila. Bora encarar!!!






Rota Fim do Mundo - Ushuaia? Onde é isso?

Quando  as  pessoas  ficam  sabendo  de  nossa  empreitada  até  o  fim  do mundo, muitos nós retornam com algumas perguntas clássicas: 

- Onde é isso?
- Quantos km?
- De moto, vocês são loucos?

Mas a paixão por motos é isto. Quem é apaixonado não consegue explicar aos que não curtem o porque de tanto entusiasmo em uma jornada tão difícil e tão complexa de ser planejada. É a mesma coisa que tentar explicar a um Corintiano porque o Palmeiras é melhor hehehe.

Sou motociclista desde os 18 anos, quando adquiri minha primeira moto, uma Honda CG 1997, aquelas com o farol quadrado ainda. Mas na adolescência já tinha experimentado esse prazer em andar sobre duas rodas com as antigas mobiletes e as Jogs que meus vizinhos mais abastados possuíam rsrs.

Nunca tive influência nenhuma da família para gostar de moto, muito pelo contrário, cada vez de sair com essas maravilhas era um sermão atrás do outro hehehe. Ah, isso não mudou até hoje, já com meus 33 anos meus pais ainda são relutantes em saber dessas doideiras que invento. O que eles sempre falam principalmente é: "Mas porque vocês não vão de avião? é mais rápido, prático e etc, etc." Mas como fica a viagem? toda a alteração das paisagens, as estradas, as pessoas que conhecemos pelo caminho, os ares.... isso tudo não é possível viver dentro de um avião, aliás, não tem troço mais chato, barulhento e desconfortável que avião.

Voltando ao assunto ,Ushuaia fica no extremo sul da América do Sul, na Argentina, é a capital da província da Tierra del Fuego, fica a uma distância de cerca de 5.000km de São Paulo, em outras palavras, você está muito, muito perto da Antártida – são 800 km rumo sul até lá, e bem longe de Buenos Aires, que está a 3.600 km ao norte. Por isso é chamada da cidade mais austral, a que fica mais ao sul no Planeta.






segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Rota Fim do Mundo - A moto

Apesar de uma moto Big Trail ser a ideal para esse tipo de vigem, seja pelo conforto, autonomia e as ótimas suspensões para aguentar os diferentes tipos de terrenos que iremos enfrentar. Hoje possuímos uma Suzuki Boulevard M800 2012 com poucos quilômetros rodados. A qual foi adquirida na troca de uma Suzuki DL-1000 2005. No inicio a transição de motos de estilos tão diferentes foi um pouco difícil de acostumar, mas atualmente a moto já conta com vários equipamentos já instalados pra deixar a moto mais estradeira e confortável, o que esta tornando as viagens bem mais agradáveis.


a Burdoga

Muitos dizem que fui louco em trocar o estilo assim tão radicalmente, ainda mais que foi o inverso do que muitos fazem, trocar uma moto alta e confortável por uma moto baixa e que detona as costas rapidinho. E sinceramente, isso acontece mesmo hehehe. Mas o alto índice de furtos e roubos de motos Big Trails me deixaram desanimado, não conseguindo sair pra rodar sem ficar naquela neura de levar uma arma na cabeça a qualquer momento. Ah, mas muitos vão pensar, existe seguro pra isso... pode até ser que o seguro reponha o bem material, mas o meu sossego, isso não.

Mas deixando de desvirtuar a postagem, a Burdoga (apelido dada a moto por ser baixinha e gorda... igual a cachorra da minha cunhada hahaha) será a guerreira que nos levará até o fim do mundo, enfrentando os ventos patagônicos, o frio e a chuva. Passará pelo rípio da Carreteira Austral e em seu retorno enfrentará o calor infernal do Chaco argentino, nos trazendo para casa sã e salvos depois de vários dias de aventura e muitas recordações.